sexta-feira, 25 de maio de 2012

Mudanças nos Padrões de consumo

Uma declaração que aponte novos rumos e práticas de desenvolvimento sustentável, como erradicação da pobreza, segurança alimentar e energética, assinalando obrigações de produção e consumo sustentáveis para todos os países. Esse é resultado que a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, pretende colher ao final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece entre os dias 13 e 22 de junho, no Rio de Janeiro.

No último dia 10, Izabella Teixeira esteve no Rio, participando do evento Sustentável 2012, promovido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds) no Jardim Botânico do Rio. E na ocasião, defendeu um acordo multilateral entre os 193 países membros da Organização das Nações Unidades (ONU). “Seria excepcional se tivéssemos obrigações de produção e consumo sustentáveis para todos os países, obrigações para os países desenvolvidos, porque os padrões de desenvolvimento deles não podem ser replicados para todo o planeta”, assinalou.

Durante o encontro, que reuniu representantes do setor corporativo e de organizações não-governamentais, a titular da pasta do Meio Ambiente destacou a importância da adoção de padrões de consumo e produção sustentáveis, que sejam viáveis economicamente e que promovam a inclusão social. “Temos alguns indicadores para aferir o desenvolvimento sustentável como o uso eficiente de água, a segurança hídrica, além da produção sustentável de alimentos, com maior eficiência, menor intensidade sobre o uso de recursos naturais e menor uso de agrotóxicos. Outros aspectos relevantes são a mobilidade urbana, o uso eficiente de e-nergia e redução das emissões de carbono”, explicou a ministra.

Investimento em tecnologia sustentável é uma das saídas
- Para implementar mudanças tão profundas, acrescentou Izabella Teixeira, os países devem ser ousados, especialmente no que diz respeito aos investimentos em tecnologias sustentáveis. “Na geopolítica do desenvolvimento, vai ganhar quem tiver ousadia para a inovação. O momento é de ‘ruptura e transição’ e o Brasil é o país com maior vantagem competitiva a longo prazo nesse aspecto”, afirmou.

Sob esse prisma, uma das preocupações do Ministério do Meio Ambiente é com os desdobramentos da conferência. Para Izabella Teixeira, a declaração final da Rio+20 deve mostrar as novas práticas com relação ao desenvolvimento sustentável. “Precisamos definir os temas estratégicos da chamada economia verde, como erradicação da pobreza, governança do desenvolvimento sustentável, segurança e-nergética e alimentar, produção e consumo sustentáveis. Os países precisam desenvolver competências em torno das novas tecnologias ambientais”, completou.

A titular da pasta do Meio Ambiente destacou, ainda, a im-portância da difusão da informação com relação às questões pertinentes à pauta da sustentabilidade. “Precisamos avançar naquilo que é o domínio da sociedade sobre a informação no que diz respeito às opções sobre a sustentabilidade. Estas informações precisam ser de mais fácil acesso e consumo para que possamos optar por melhores caminhos do ponto de vista da sustentabilidade”, concluiu.

Izabella Teixeira defende o fortalecimento do Pnuma - Por outro lado, no que diz respeito ao posicionamento político durante a Rio+20, a ministra do Meio Ambiente anunciou que o Brasil apoia o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

Durante o lançamento do “Relatório Povos Resilientes, Planeta Resiliente – Um Futuro Digno de Escolha”, ocorrido no último dia 18, no Palácio do Itamaraty, no Rio, ela também ressaltou que o país é favorável à abertura de um debate para o melhor formato do Programa. “A criação de uma Agência não significa o melhor formato. Entendemos que a proposta da criação de uma Agência, como está formulada, é insuficiente para li-dar com os desafios que estão sendo colocados no processo de negociação da Rio+20”, frisou, a-crescentando que o Brasil apoia uma reforma pela qual todos os países do mundo façam parte do Pnuma.

Atualmente, 58 nações fazem parte do Programa e a contribuição é voluntária. A declaração veio de encontro ao posicionamento até então a-nunciado pelo negociador-chefe do Brasil na Rio+20, o embaixador André Correa do Lago, segundo o qual, o Brasil acompanhava a posição do Grupo dos 77 — coalizão das nações em desenvolvimento na ONU que reúne 131 países.

Na conferência, deverão ser discutidos modelos e instrumentos de governança do Pnuma. Além disso, estará em pauta o debate sobre meios de integrar todas as ações ambientais levadas adiante por todo o Sistema da ONU, incluindo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), a Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), entre outros.

Câmara aprova feriado escolar para os dias da Conferência -
Entre os dias 20 e 22 de junho, durante a realização propriamente dita da Conferência das Nações Unidas, haverá feriado escolar na cidade do Rio de Janeiro. A medida foi aprovada pela Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro no último dia 18.

Isso significa que todos os estabelecimentos de ensino da educação infantil, ensinos fundamental e médio, escolas técnicas e profissionalizantes, bem como instituições de ensino superior, creches e escolas de cursos não terão aulas nesse período.

O feriado acontecerá justamente no período em que mais de 100 chefes de Estado devem estar na cidade e reduzir o fluxo de veículos na cidade. A matéria seguiu para a sanção do prefeito Eduardo Paes.

Concurso de fotografias recebe inscrições até esta sexta, dia 25 - A Secretaria Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (SEA) lançou o concurso de fotografia “Abrace essas dez!”. A competição selecionará as 15 melhores imagens das dez espécies de animais mais ameaçadas de extinção no Estado. As inscrições terminam nesta sexta, dia 25.

José Arthur de Aragão
Nelma Barcelos